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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

As dez piores atrações da televisão em 2010

Ao longo do ano, fiquei diante da televisão mais tempo do que eu gostaria, mas menos do que seria necessário para fazer um balanço completo do melhor e do pior que aconteceu. Por isso, montei uma retrospectiva bem pessoal, sem a ambição de cobrir todo o seletor de canais, com os destaques, positivos e negativos, da minha aventura diante do aparelho em 2010.

Maior tombo: Com ambição de renovar a televisão brasileira, propondo “novas formas de diversão” e “pegadinhas do bem”, “Legendários” foi a principal aposta – e a maior decepção – da Record no ano. Sem graça, sem timing e sem direção, o programa idealizado por Marcos Mion sofreu tantas reformulações em poucos meses de vida que terminou o ano irreconhecível.

Maior constrangimento: Deu pena ver a ótima Glenda Koslowski travestida de apresentadora do reality “Hipertensão”, na Globo. Diante da tarefa de um candidato, obrigado a beber uma mistura de vermes, fígado e óleo, tudo batido no liquidificador, Glenda orientou: “Se tiver ânsia de vômito, pode vomitar dentro do copo e continuar bebendo. Se vomitar fora, está eliminado”. Rigorosa, ainda advertiu o candidato: “Tem que beber até o fim. Não. Ainda tem um pouquinho”. Uma tragédia.

Piada mais sem graça: A Band leva o troféu por sua tentativa de animar a grade de domingo com “Formigueiro”. Grande sucesso na Espanha, o programa causou sorrisos amarelos e deixou o humorista Marco Luque, um dos apresentadores do “CQC”, em maus lençóis. Na tentativa de salvá-lo, o programa já mudou de horário.
Guinada mais surpreendente: Com a audiência cambaleante, Ana Maria Braga trocou a apresentação de receitas pelo jornalismo policial. Num momento “Datena light”, ocupou o seu programa feminino com reportagens sensacionalistas sobre os casos do momento – o desaparecimento da ex-amante do goleiro Bruno, a morte da menina que recebeu vaselina em vez de soro etc. etc. etc…

Pior novela: A concorrência é dura neste tópico, mas “Tempos Modernos” conseguiu superar “Ribeirão do Tempo”, com honras. A comédia de Bosco Brasil, passada num centro de São Paulo totalmente “maquiado”, jamais encontrou o tom certo, perdeu o fio da meada e causou bocejos no público, que a abandonou. Antonio Fagundes, no papel principal, parecia entediado e a homenagem à Galeria do Rock, aparentemente uma boa ideia, resultou patética.
Maior ridículo: A reportagem do “Domingo Espetacular”, da Record, sobre “Bilu”, o ET de Corguinho, entrou para os anais da tevê brasileira. Levando a sério um assunto grotesco, a emissora ainda passou pelo vexame de ser contestada pelos ufólogos que cuidam do extraterrestre, que acusam o repórter de ter evitado se aproximar de Bilu.

Campeão do trash: Depois de um período meio chocho, Luciana Gimenez recolocou seu “Superpop”, na RedeTV, nas paradas de sucesso ao receber a dançarina Scheila Carvalho, em maio. Grávida de seis meses, a morena do Tchan se submeteu a um ultrassom no programa. “Ô barriga linda”, derreteu-se Luciana, passando a mão. “Realmente, é uma das barrigas mais lindas que eu já vi”, confirmou o médico.

Sensacionalismo flop: A anunciada ida de Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniela Perez, ao “Programa do Ratinho”, no SBT, em abril, gerou enorme expectativa graças à ameaça da novelista Gloria Perez de processar o ex-ator caso ele fizesse alguma revelação mais grave. Resultado: Pádua não falou nada a Ratinho.
Pior repaginação: No ar desde 1986, o “Roda Viva” se tornou o mais respeitado programa de entrevistas da tevê brasileira. Em agosto de 2010, culminando a série de demissões, extinção de atrações e mudanças na grade da TV Cultura, o programa perdeu toda a sua originalidade. Ganhou Marília Gabriela como moderadora, dois entrevistadores fixos e um cenário que eliminou a “roda” e acabou com a sua vivacidade.

Maior chatice: Poucas novelas foram tão chatas quanto “Viver a Vida”. Manoel Carlos perdeu a mão em mais uma trama ambientada no Leblon e protagonizada por uma Helena. Aliás, o papel de Taís Araujo diminui na mesma proporção da sua falta de carisma. O merchandising social, em torno da personagem de Aline Moraes, abusou da paciência do espectador. E o eterno garanhão vivido por José Mayer não agüentou o ritmo. Na sequência, veio “Passione”, mas esta fica para a segunda parte da retrospectiva.

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